A partir das últimas décadas a questão ambiental tornou-se uma preocupação mundial. Todas as nações do mundo reconhecem a importância da preservação da natureza, principalmente depois de termos sofrido os revesses climáticos decorrentes do desrespeito ao meio ambiente, uma vez que mesmo que uma nação não degrade acabará por sofrer as consequências das degradações alheias, somos todos sócios dos efeitos da destruição.
Entretanto, a complexidade dos problemas ambientais exige mais do que medidas pontuais que busquem resolver problemas a partir de seus efeitos, ignorando ou desconhecendo suas causas. Não é possível resolver problemas ambientais de forma isolada, de forma que a qualidade ambiental está ligada e condicionada ao processo de desenvolvimento adotado por todas as nações. Desse modo, a questão ambiental deve ser tratada de forma global, considerando que a degradação ambiental é resultante de um processo social, determinado pelo modo como a sociedade apropria-se e utiliza os recursos naturais. Diante dessa constatação, somente mudando a sociedade mudaremos os rumos de aproveitamento do meio ambiente.
O crescimento econômico desvinculado do desenvolvimento sustentável é evidentemente comprometido, uma vez que ele mesmo corrobora para sua destruição, já que com a escassez do capital natural não haverá como crescer. Assim, a degradação ou destruição de um ecossistema compromete a qualidade de vida da sociedade, uma vez que reduz o bem estar que a natureza pode oferecer à humanidade. Portanto, o desenvolvimento centrado no crescimento econômico que deixe em segundo plano as questões sociais e ignore os aspectos ambientais não pode ser denominado de desenvolvimento, pois de fato trata-se de mero crescimento econômico, conforme já explicado conceitualmente.
Fato inconteste é que a implementação do desenvolvimento sustentável passa necessariamente por um processo de discussão e comprometimento de toda a sociedade uma vez que implica em mudanças no modo de agir dos agentes sociais, a exemplo da coleta seletiva de lixo, onde só com a adesão comunitária os efeitos esperados acontecerão. Não adianta coletar o lixo seletivamente se o vizinho continua a jogar o dele no córrego e a entupir as vias em período de chuvas, como ocorre em São Paulo. Então, a educação ambiental e consciência ecológica são as palavras chave para o desenvolvimento sustentável.
A implementação de programas que visem instaurar o desenvolvimento sustentável depende da opinião pública e da participação popular, porque é um processo eminentemente social, ainda que se considere que há interesse do povo pelas questões ambientais é forçoso reconhecer que somos um país com analfabetos, com péssimo nível educacional e com desigualdades sociais gritantes, de forma que falta ao povo informação e conhecimento real sobre os problemas ambientais. Iniciativas como cooperativas de coleta seletiva são instrumentos hábeis a desmistificar o problema da coleta seletiva de lixo e ainda prover o sustento de famílias com baixa renda, alcançando a finalidade social do desenvolvimento sustentável.
O exercício da cidadania é um dos passos para viabilizar o desenvolvimento sustentável, essencialmente a cidadania ambiental, buscando transformar essas pessoas em indivíduos que participem das decisões sobre seus futuros, exercendo desse modo seus direitos, conhecendo e informando-se sobre as questões ambientais de seu país e de sua comunidade. Uma das formas de levar educação ambiental à comunidade é pela ação direta do professor na sala de aula e em atividades extracurriculares, inclusive constitucionalmente previstas. As discussões em sala de aula são altamente efetivas, porque os mais jovens levarão aos adultos de suas casas a semente da proteção do meio ambiente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário